segunda-feira, 9 de maio de 2011

Degradação ambiental desertificará 1/3 de Minas Gerais em 20 anos


Esta mensagem me foi enviado por um amigo, então resolvi postar aqui a reportagem sobre o assunto: "Meu amigo Jacques, beleza? Vi essa matéria na Folha hoje e lembrei de vc:"

Norte de MG pode virar deserto em 20 anos. Desmatamento, agropecuária e mudanças climáticas deixarão um terço do Estado com suas terras improdutivas. Segundo o governo de MG, é preciso R$ 1,3 bi para frear o processo; governo federal investe R$ 6 mi em todo o país.


Um terço do território de Minas Gerais pode virar "deserto" em 20 anos. A conclusão é de um estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente ao governo mineiro e concluído em março.

O desmatamento, a monocultura e a pecuária intensiva, somados a condições climáticas adversas, empobreceram o solo de 142 municípios do Estado.

Se nada for feito para reverter o processo, de acordo com o estudo, essas terras não terão mais uso econômico ou social, o que vai afetar 20% da população mineira.
Isso obrigaria 2,2 milhões de pessoas a deixar a região norte do Estado e os vales do Mucuri e do Jequitinhonha.
"A terra perde os nutrientes e fica estéril, não serve para a agricultura nem consegue sustentar a vegetação nativa", afirma Rubio de Andrade, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas, responsável pelo estudo.
A região engloba cerrado, caatinga e mata atlântica.
Segundo o governo do Estado, é preciso investir R$ 1,3 bilhão nas próximas décadas para frear o processo, que já causa danos no semiárido mineiro. Lá estão 88 das 142 cidades consideradas suscetíveis à desertificação.
Vladia Oliveira, professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará, disse que áreas desertificadas são diferentes de desertos naturais porque passam por um acentuado declínio de biodiversidade até se tornarem estéreis. 
"Já os desertos são ecossistemas com sustentabilidade, ainda que com baixa diversidade. Eles estão vivos."

PROGRAMA NACIONAL 
O estudo foi encomendado para o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação, que terá R$ 6 milhões neste ano para combater a desertificação no país.
Andrade diz que, para reduzir o fenômeno, é preciso aumentar as reservas naturais de vegetação e recuperar os recursos hídricos.

O agricultor Geraldo Moreno, 50, dono de três hectares em Espinosa (700 km de BH), já sente as mudanças em sua pequena lavoura de feijão. "Se der para [alimentar] a família dá para comemorar", diz ele, que sustenta mulher e quatro filhos com a terra. "Aqui não chove quase nada e não tenho dinheiro para adubar a terra. O que salva são as cabras, mas estão magras", diz o mineiro, que recebe verba do Bolsa Família para complementar a renda.

O governo pretende reduzir o espaço destinado ao gado nas áreas de caatinga e restringir atividades prejudiciais ao meio ambiente, como a extração de carvão.
"A população tem de se conscientizar de que, se essas ações não forem tomadas, nada mais poderá ser produzido", diz Andrade.

Fonte: Agência Estado.
By RAPHAEL VELEDA DE BELO HORIZONTE


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Um comentário:

  1. Pois é Andrezão, este é um problema que poderá ocorrer se, realmente, não for feito nada, para reverter o quadro de degradação ambiental de algumas regiões do estado de Minas e do Brasil, de modo geral.

    Agora mesmo estamos prestes a mudar o Código Florestal Brasileiro! Uma legislação lindíssima "no papel", mas que na prática é inexequível, pois deixa o passivo ambiental nacional, somente nas costas e conta dos produtores rurais, que na sua grande maioria, são os maiores ambientalistas, preservadores do ambiente, dos animais e da água. Então, não é justo sermos (pois, me incluo neste grupo) discriminados e criminalizados pela sociedade urbana, que ao meu ver, é a grande poluidora das nossas águas, e degradadora do ambeinte, e por uma legislação que te obriga a abrir mão de 20 a 80% de seu patrimônio, com a desculpa de ser importante para toda a sociedade, e essa mesma sociedade NÃO TE REMUNERAR POR ISSO!!!

    Na minha modesta opinião, o Brasil tem jeito... principalmente, com educação e preservação ambiental, mas quem proteje, quem mantém, quem produz água e o tão querido bem estar ambiental DEVE SER PAGO, E MUITO BEM PAGO POR ISSO!!!

    Só para ilustrar o que eu estou tentando dizer, posso dar o exemplo do Rio Tietê que antes de chegar na cidade de São Paulo, percorre grande trecho por propriedades rurais e possui água potável, grande quantidade de peixes, além é claro, de propiciar um bom banho de rio. Mas quando passa pela cidade de São Paulo, vai receber todo o tipo de lixo e esgoto que se possa imaginar, se tornando totalmente insalubre, para quem "infelizmente", tem que morar próximo ao seu leito, ou até mesmo que não mora próximo, mas que sofre com as constantes enchentes, que acontecem na capital paulista. Além do mais, quando termina o seu triste trajeto pela maior cidade do Brasil, o Rio Tietê se parece mais com uma borra de café!!! Então isso mostra que não é o produtor rural que polui as águas dos rios, e sim o homem da cidade!

    Outra coisa que penso sobre o Código Florestal Brasileiro, é que se querem exigir que os produtores rurais mantenham em suas propriedades, Reservas Florestais Legais e Áreas de Preservação Permanente, se estes produtores SEJAM MUITO BEM PAGOS POR ISSO, pois esta preservação é obrigação do estado, e não de particulares.

    Meu amigo, acabei fazendo um desabafo, mas é que a questão é muito importante para todos nós... e quando digo todos nós, me refiro à TODA SOCIEDADE BRASILEIRA, mas no entanto, a mídia sensacionalista, coloca os dois times montados de cada lado, sendo os ambientalistas de um lado e os ruralistas de outro. Só que eu sei que é possível ser as duas coisas, É POSSÍVEL SER PRODUTOR RURAL E AMBIENTALISTA. Eu sou assim!

    Grande abraço.

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