quinta-feira, 28 de abril de 2011

Repovoamento de caranguejos em manguezal baiano causa equilíbrio ambiental


 reposi��o dos caanguejos visa o equil�rio ambiental
Uma vez adultos, os custáceos se tornarão reprodutores, contribuindo para o equilíbrio ambiental/Foto: Arqueos

Um manguezal em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, foi repovoado com 1,5 milhão de caranguejos na quarta-feira, 27 de abril. Com apenas 0,5 centímetro de comprimento, os crustáceos são, nessa fase, chamados "megalopas". Os filhotes foram cultivados na Fazenda Oruabo, da Bahia Pesca, empresa estatal vinculada à Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) do estado.
A responsável pelo Laboratório de Reprodução de Caranguejo da Bahia Pesca, a tecnóloga em aquicultura Eliane Hollunder, explicou à Agecom que, adultos, os animais se tornarão reprodutores, "mantendo o ciclo e, consequentemente, o equilíbrio ambiental". A especialista esclareceu que, entre as fêmeas capturadas para reprodução em cativeiro, são escolhidas as que toleram melhor o manejo.
O presidente da estatal baiana, Isaac Albagli, acompanhou a soltura dos filhotes de caranguejo. Ele explicou que as comunidades que vivem perto dos manguezais precisam ser informadas sobre a importância da preservação ambiental para que o repovoamento dê certo. “A gente faz palestra e distribui materiais impressos em escolas e outras entidades explicando várias questões, como, por exemplo, o tamanho mínimo permitido para a captura do caranguejo, que é 5 centímetros. Até atingir este tamanho, o crustáceo leva cinco anos”.
O principal objetivo do repovoamento é a defesa do meio ambiente. “Eles crescem, se tornam reprodutores, mantendo o ciclo e consequentemente o equilíbrio ambiental”, destacou Albagli, ao lembrar que em 1997 a Doença Letárgica do Caranguejo (DLC) matou milhões destes crustáceos em vários estados do Brasil. “Porém, quem mais dizima é o ser humano, que captura sem os critérios determinados pelos órgãos ambientais, desmata e polui os manguezais”, observou o gerente da Fazenda Oruabo, Jerônimo Souza Filho.
O primeiro repovoamento promovido pela Bahia Pesca foi em 2007, no manguezal de Acupe. Os resultados já são visíveis atualmente como relata a marisqueira (catadora de caranguejo) Vera Lúcia Bispo, 30 anos. “Cato caranguejo desde criança. Antes existiam muitos, depois desapareceram. Agora, depois do repovoamento, estão voltando”. Ela comentou ainda que os catadores estão se conscientizando com relação à preservação ambiental.

Fonte: EcoDesenvolvimento.org

quarta-feira, 27 de abril de 2011

UE e EUA não acreditam em acordo climático em 2011

Representantes da União Européia e dos Estados Unidos praticamente acabaram com as esperanças de sucesso da próxima Conferência do Clima (COP17) na África do Sul ao afirmar que um tratado internacional é impossível.

Faltando ainda mais de seis meses para a Conferência do Clima de Durban (COP17), na África do Sul, a impressão que se tem é que o encontro está fadado ao fracasso antes mesmo de começar.
Nesta quarta-feira (27), após o Major Economies Forum on Energy and Climate (MEF), reunião de dois dias da qual participaram representantes das 17 maiores economias no mundo, Todd Stern, enviado norte-americano para mudanças climáticas, e Connie Hedegaard, comissária de ação climática da União Européia, declaram que a criação de um acordo climático global com força de lei ainda em 2011 é praticamente impossível.
“Pelo que ouvi nos últimos dois dias, é altamente improvável que um acordo seja estabelecido em Durban. Apesar de todos concordarem que ele é importante para o futuro do planeta, não será possível resolver todas as divergências ainda este ano”, explicou Hedegaard.
Para Todd Stern, o problema está em quem deveria ser obrigado a adotar metas de emissões. “Nossa visão é de que todos os grandes países devem ser incluídos no acordo. Assim, China, Índia, Brasil e África do Sul não podem ficar de fora. O modelo do Protocolo de Quioto não é mais viável”, afirmou Stern.
Segundo Quioto, apenas os países ricos possuem metas obrigatórias e devem comprar créditos para não ultrapassá-las. Essa é uma das razões pelas quais os Estados Unidos nunca assinaram o Protocolo.
Durante o MEF, foram discutidos temas como redução das emissões, incentivos para energias renováveis e ações de mitigação às mudanças climáticas.
Também foram debatidos os acontecimentos das últimas rodadas de negociações climáticas, como a criação do Fundo Verde do Clima, que promete US$ 100 bilhões por ano para os países mais vulneráveis.
O último fato importante relacionado ao Fundo foi o anúncio, no dia 18 de abril, dos 40 membros do comitê que terá a obrigação de detalhar o funcionamento da ferramenta. Entre eles está o brasileiro Sergio Barbosa Serra, embaixador especial para mudanças climáticas.
Durban
Se não for criar o acordo climático global, que utilidade terá a COP 17?
O futuro do Protocolo de Quito deverá assumir o papel de grande debate da Conferência. Muitas nações estão preocupadas com o fim do tratado em 2012, pois isso acabaria com qualquer meta obrigatória sobre os países industrializados. Além disso, todo o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e os mercados de carbono dependem de Quioto e precisam saber o quanto antes o que acontecerá nos próximos anos até para garantir a presença de investidores.
Para Hedegaard, a reunião poderia ainda se focar nas emissões dos setores de transportes, colocando pressão na Organização Marítima Internacional e em outras entidades para que adotem metas.
“Desde 1997 a OMI foge dessa obrigação. Está na hora dos países demonstrarem que estão ficando sem paciência”, disse a comissária.
Outros assuntos também deverão ganhar importância, como ações para frear o desmatamento e a criação de esquemas de transferência de tecnologia e recursos.
Mesmo com a posição da União Européia e dos Estados Unidos, dificilmente as nações mais vulneráveis, como as insulares, deixarão de cobrar a discussão do acordo global.
Esse impasse, se não for trabalhado até novembro, promete paralisar a COP17 já no primeiro dia de negociações.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Código Florestal e o agricultor ecológico

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Hora decisiva. Após uma década de infrutífero debate, finalmente o projeto do novo Código Florestal entrará em votação no Congresso Nacional. Tomara que saia redondo.
Mais proteção ambiental e maior produção rural. Aqui reside o dilema básico que tem polarizado a discussão política. De um lado, apertar o cerco contra os desmatadores e preservar a biodiversidade. De outro, valorizar a agropecuária e permitir avanços no agronegócio. A equação da agricultura sustentável. 
Produção sustentável distingue-se de preservacionismo. Este supõe cessar o crescimento econômico, sufocar a produção e a renda rural. No cenário presente, crescendo a população mundial, com forte demanda de alimentos, a hipótese afigura-se irreal e ingênua. Uma posição elitista. 
Difere, também, a produção sustentável no campo da agricultura extensiva e predatória, que caracterizou nossa história. O avanço tecnológico tem permitido enorme elevação da produtividade, economizando terra. Defender, em nome do combate à fome, o contínuo desmatamento das florestas soa ridículo. Uma posição retrógrada. 
Nem um, nem outro. Os discursos polarizados contêm óbvios exageros, como afirmar que o risco urbano das enchentes se agravará por obra dos agricultores. Ora, o argumento serve para livrar a culpa dos inescrupulosos loteadores que, conluiados com o poder local, afincam precárias moradias nas bibocas íngremes ou nas barrancas dos rios. Quem ocupou e estragou o rio foi a cidade, não o campo.
Nessa matéria do Código Florestal existe um campo fértil de conciliação entre destruir ou preservar. O desenvolvimento sustentável configura o único caminho capaz de unir a ecologia, a economia e a sociedade. Fácil de falar, difícil de fazer. 
Vamos à discussão prática. O relatório do deputado Aldo Rebelo, posto para votação na mesa da Câmara, consolida os retalhos da legislação em vigor e permite regularizar milhões de agricultores brasileiros, tachados de criminosos ambientais. De onde vem essa pecha negativa? 
É fácil entender. A expansão histórica da agropecuária ocupou terrenos - várzeas, escarpas de serra, morros de altitude, beiradas de rios - que, segundo a compreensão ecológica atual, deveriam permanecer preservados. Encontram-se nessa situação, por exemplo, a pomicultura (produção de maças) catarinense, a rizicultura gaúcha e a cafeicultura - mineira, capixaba e paulista - localizada na região Mantiqueira. 
Mais ainda: na agricultura familiar, pastos e lavouras não raro se estendem rente aos córregos, enquanto a legislação exige uma preservação mínima de 30 metros de distância da margem. Ora, se as pequenas propriedades, realmente, retraíssem suas roças e seu gado dessas áreas, ocupadas há dezenas de anos, pouco restaria do sítio para trabalhar. Melhor seria vendê-lo para algum ricaço dele desfrutar seu ócio. 
Invocam, por aqui, com a ocupação dos brejos. Mas a agricultura surgiu no mundo ocupando exatamente as baixadas dos rios. Vide o Nilo, no Egito. Foi o solo das várzeas, enriquecido com sedimentos orgânicos, que permitiu originar a civilização humana. Portanto, é anti-histórico querer atribuir um "passivo" ambiental aos agricultores brasileiros que procederam copiando seus antepassados. Ônus, se houver, recai sobre toda a sociedade. 
Os agricultores nacionais desejam continuar produzindo nessas áreas restritas, aceitando algum tipo de mitigação ou de compensação ambiental. No caso da inexistência da reserva legal, também topam ajudar a consertar o estrago passado. O que não admitem é ser tachados de malvados. Odeiam, com razão, esse discurso depreciativo, preconceituoso, que desmerece o papel fundamental da agropecuária na economia brasileira. 
Por outro lado, nada de anistiar os desmatadores. Basta saber de quem estamos falando. De nossos avós, que abriram as fronteiras e sofreram de malária para impulsionar a Nação, ou dos picaretas que, mesmo conhecendo os requisitos da modernidade, insistem em queimar a floresta e o cerrado?
Estes, os bandidos ambientais, merecem cadeia. Aqueles, os agricultores de bem, querem respeito. 
Existem imperfeições no relatório Aldo Rebelo. A maioria delas pode ser eliminada com emendas de redação, oferecendo maior rigor aos conceitos, precisão nas normas. Para quem trabalha na "solucionática", consertar é possível. Quem gosta da "problemática" prefere vetar. 
Parece-me, porém, existir um defeito grave a ser sanado: no capítulo VI, a partir do artigo 23, o projeto Aldo Rebelo retira dos agricultores a responsabilidade pela regularização ambiental, atribuindo-a ao Estado. Trata-se de um brutal equívoco, cuja consequência será um danoso imbróglio jurídico. 
O poder público, incluindo municípios, pode e deve definir normas e diretrizes para promover a recuperação ambiental das áreas degradadas. Ademais, o governo deve ajudar os agricultores a fazerem sua lição de casa, com apoio técnico e com recursos financeiros. Mas o ônus jurídico da recuperação deve caber ao ente privado, pois afeta a função social da propriedade. 
Ao votarem o novo Código Florestal, suas excelências precisam, acima de tudo, deixar uma segurança às gerações vindouras: qualquer modificação que venha a ser feita jamais poderá facilitar a supressão florestal no País. Ao contrário. A nova lei precisa oferecer garantias de que vai aumentar o rigor na conservação da biodiversidade. O resto se discute, e se acerta. 
Ruralistas movem-se, ambientalistas articulam. Tenha uma certeza: esse assunto do Código Florestal somente se resolve com a derrota dos fundamentalistas, de ambos os lados. A vitória da sensatez criaria a síntese de ambos: o agricultor ecológico. 

*Xico Graziano, agrônomo e consultor, foi secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo 

Artigo originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo, na seção Espaço Aberto

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Agricultores que preservarem APPs poderão ter benefícios

O novo Código Florestal poderá conceder benefícios a agricultores que sempre obedeceram à legislação e mantiveram em suas propriedades área de proteção permanente (APP) e reserva legal. O relator da matéria, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disse que vai acolher sugestão feita pelo líder do Partido Verde, Sarney Filho (MA). 
Entre os benefícios estão a dedução no Imposto de Renda dos gastos com a preservação da área, obtenção de crédito agrícola com juros menores e limites maiores do que os que não preservaram, além da contratação favorecida na comercialização da produção agrícola. 
Outra sugestão feita por Sarney Filho e que deverá estar no relatório de Aldo Rebelo é a que trata do tamanho da APP nas propriedades. A ideia é manter os 30 metros de preservação nas encostas de rios, mas, naquelas propriedades onde não haja nenhum tipo de preservação, a distância deve ser de 15 metros. "Não se trata de reduzir de 30 para 15 metros. O que existe é tratamento diferenciado nas áreas de recuperação. Agora, haverá mais reflorestamento nessas áreas", explicou Sarney Filho. 
Esses dois pontos, sugeridos pelo PV, encontram apoio de Aldo Rebelo, que disse esperar que a proposta seja, finalmente, aprovada. "Se eu fosse o governo, acolheria essas sugestões", disse. 
Aldo Rebelo disse ainda que deverá incluir em seu relatório a determinação para que propriedades de agricultura familiar tenham 7,5 metros de APP. Segundo ele, na Região Nordeste, metade das propriedades é de agricultura familiar, com até 5 hectares. Com isso, ficaria inviável para essas família cumprirem a determinação de 15 ou 30 metros. "Não podemos retirar deles a possibilidade de continuar sobrevivendo." 
A votação do Código Florestal foi marcada pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para a primeira semana de maio. Sarney Filho disse preferir esperar um pouco mais para que haja mais negociações sobre a matéria. Aldo Rebelo, no entanto, acredita que o prazo seja suficiente para solucionar todos os impasses.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 20 de abril de 2011

PRF apreende 200 kg de lagosta avaliados em R$ 18 mil em Mucuri/BA


Mercadoria foi encontrada em grandes caixas de isopor no bagageiro de um ônibus na BR-101. Foto: PRF/Divulgação
Mercadoria foi encontrada em grandes caixas de isopor no bagageiro de um ônibus na BR-101
Foto: PRF/Divulgação

Agentes da Polícia Rodoviária Federal apreenderam, na noite de terça-feira, 200 kg de lagosta durante abordagem a um ônibus interestadual no km 955 da BR-101, no distrito de Itabatã, em Mucuri, na Bahia. A carga é avaliada em R$ 18 mil.
Ao verificarem o bagageiro do ônibus, os policiais recontraram a  lagosta congelada, sem documentação de origem, em quatro caixas grandes de isopor. O passageiro responsável pela mercadoria, José Ronaldo da Silva Malta, 59 anos, aposentado e residente em Brasília, alegou que não conhecia a origem da lagosta e que havia sido contratado por um homem não identificado em Alcoçaba, também na Bahia, para levar a carga até São Paulo, capital.
A lagosta foi encaminhada ao Ibama local para ser doada, e o aposentado foi levado para a Delegacia de Polícia Judiciária da cidade, onde foi autuado por crime ambiental, já que vigora período em que é proibida a pesca da lagosta.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Magrelas Profissionais

Só em São Paulo já existem cerca de 2 500 bikeboys!

O bikeboy Edson Dória: entregas limpas e 30% mais baratas

Apesar dos progressos obtidos nos últimos anos com a incorporação de novas tecnologias, as motocicletas ainda causam um prejuízo ambiental inversamente proporcional a seu tamanho. Só no estado de São Paulo, elas emitem cerca de 28% mais poluentes por ano que os veículos flex, segundo o último relatório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Para imaginar o impacto desse serviço no país, basta lembrar que o Brasil tem o maior número de motoboys do mundo: são 600 000 profissionais circulando diariamente. 
Embora com números ainda tímidos se comparados à legião de motociclistas, a bicicleta começa a surgir como alternativa de entrega rápida nas cidades. É a chamada bike courier, modalidade em que motores são substituídos por pedais. A demanda vem crescendo nos últimos três anos. "Só na cidade de São Paulo já existem 2 500 cicloboys", diz Gilberto Almeida dos Santos, presidente do SindimotoSP, que também representa a categoria. Outro fator que impulsionou o serviço foi a escassez de vagas nas ruas das metrópoles. "No centro de São Paulo leva-se cerca de 40 minutos para estacionar a moto", afirma Gilberto. 
Os irmãos Rafael e Danilo Mambretti criaram no ano passado a Carbono Zero Courier para atender clientes preocupados com entregas limpas. "Começamos com três funcionários e já estamos com oito", diz Rafael. A analista de compras Tatiana Egídio aprova o negócio. "Além de sustentáveis, são muito eficientes." O preço também atrai. Segundo o sindicato, o valor chega a ser 30% menor que o do motofrete porque não há gastos com combustível e os percursos são mais curtos. 
A Exodus Express Bike também não sofre de falta de clientes. "Faço mais de 20 entregas por dia e não posso reclamar da remuneração", diz o proprietário e bikeboy Marcos Soarez. "Além de um trabalho, é um momento de lazer e esporte." 
NA MOCHILA 
Confira o que os bikeboys mais transportam, de acordo com o SindimotoSP:
1. Entregas de fast-food, como pizzas, lanches e comida japonesa 
2. Alimentos em geral, como pães e bebidas 
3. Transporte de carnes a pedido de açougues 
4. Documentos

Fonte: Revista Quatro Rodas

Consequências de uma boa educação

Este vídeo é muito interessante, pois mostra a realidade japonesa no cuidado com o lixo. Serve de exemplo para todo o mundo porque prova que com simples hábitos é possível construir um mundo com perspectivas de um futuro melhor!!! Vale muito a pena assistir!!!

Só 15% da água usada no Brasil é tratada, afirma especialista

 

Bairro Estrutural, a 10 km do centro de Brasília, carece de coleta de esgoto/Foto: Valter Campanato/ABr
Da água usada no Brasil, apenas 15% conta com tratamento para a eliminação de impurezas, segundo o pesquisador Carlos Eduardo Morelli Tucci, referência mundial na pesquisa científica sobre recursos hídricos. Engenheiro civil por formação, o especialista é professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Segundo Tucci, que tem entrevistado gestores e especialistas a respeito do tema, a falta de tratamento é o que mais afeta a disponibilidade hídrica, pois o esgoto contamina os próprios mananciais de abastecimento de água. "Esse é um problema de governo. Afinal, água sem tratamento que volta para os rios traduz-se em doenças, principalmente quando ocorrem enchentes", observou o pesquisador em entrevista àAgência Brasil.
De acordo com o especialista, autor de quase 500 artigos científicos publicados, é preciso estabelecer um plano estratégico para o tratamento de esgoto que defina o que vai ser feito. "Vou pegar as cidades menores; vou pegar as cidades maiores; onde eu vou incentivar as empresas para fazer tratamento de esgoto? Elas já cobram pelo esgoto na hora que coletam, então para que vão fazer tratamento?", questionou, ao lembrar que as empresas "cobram tudo que precisam cobrar de esgoto só por coletar, sem tratar".
Tem que haver uma busca de solução integrada: tirar o lixo, tirar o esgoto, amortecer o escoamento e fazer com que a água melhore de qualidade. Junto ainda, tem o tráfego e a urbanização. A gestão urbana é a grande questão brasileira. Oitenta e oito por cento da população brasileira é urbana e está ocupando 0,3% a 0,4% da superfície do país, Carlos Eduardo Morelli Tucci
O pesquisador também criticou a questão institucional relacionada ao problema. "As empresas abastecedoras não são eficientes. Isso tem a ver com o fato de serem monopólios. O preço da água é subsidiado porque o Estado paga para a empresa mesmo que ela esteja funcionando mal. Ou então a empresa pode corrigir o preço da água como ela quiser. Ela não tem metas de eficiência. Este é o ponto fundamental, em que você poderia fazer reduzir perda", acrescentou.
Na concepção de Tucci, existem “n” possibilidades de aumentar a eficiência do sistema, mas de nada adianta melhorar a eficácia nas residências, se a rede está perdendo grande quantidade de água. "O reuso é interessante, mas o reuso tem que ter alguns cuidados básicos, não pode reutilizar toda a água, por que ela é contaminada", ressaltou.
Para o pesquisador, o Brasil possui tecnologia e mão-de-obra qualificada para equacionar o problema, mas fatores como a burocracia e a dificuldade de aplicar o conhecimento teórico na prática são entraves. "Houve um investimento significativo na formação de pessoal no exterior, o que, evidentemente, não quer dizer que tudo isso chegou à parte prática. Esse é um dos grandes desafios da ciência e da tecnologia: fazer com que o conhecimento adquirido se torne não um bem pessoal, mas um conhecimento adquirido para a sociedade. Também vivemos em uma burocracia insana", concluiu.
Em julho, ele receberá o International Hydrology Prize 2011, por sua contribuição à ciência e à prática de hidrologia. O prêmio é outorgado anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Organização Meteorológica Mundial (WMO) e a Associação Internacional de Ciências Hidrológicas (IAHS). A premiação será entregue em Melbourne, na Austrália.


Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br 

sábado, 16 de abril de 2011

´Grande Encontro Parintins´ lança manifesto para proteger a floresta amazônica

Evento reúne comunidades extrativistas, agricultores, cientistas e ambientalistas. Ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, esteve presente.
Programação reúne vários representantes que defenderam um código florestal que proteja o meio ambiente (Jonas Santos)
Comunidades extrativistas, agricultores familiares, cientistas, ambientalistas e demais agremiações, que participam do “Grande Encontro Parintins”, entregaram nesta tarde à ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, o manifesto por um Código Florestal que proteja as florestas brasileiras, denominado de “ Grito da Floresta”. O documento foi entregue pelo presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Rubens Gomes. O evento, que foi aberto nesta sexta-feira (15) acontece até neste sábado no auditório dom Arcangelo Cerqua, em Parintins (a 368, 80 quilômetros de Manaus).
A abertura do encontro contou ainda com a presença do prefeito Bi Garcia(PSDB), senador João Pedro Gonçalves (PT), e Nádia Ferreira, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS).
Dentre as propostas do “pacto” celebrado pelos participantes estão tratamento diferenciado para a agricultura familiar, desmatamento zero em todos os biomas brasileiros, manutenção dos atuais índices de reserva legal e Área de Preservação Permanente (APP), recuperação de todo o passivo ambiental,
não aceitar anistia aos desmatadores, garantia de políticas públicas consistentes e assistência técnica qualificada.
No encontro, representantes de entidades ligadas ao extrativismo disseram à ministra que querem condições para manejar legalmente a floresta.
A ministra adiantou que todos os itens da pauta estão inseridos na proposta do Governo que será encaminhado ao Congresso.
Izabela assumiu o compromisso de proteger e conservar as florestas, reduzir o desmatamento incentivando a sustentabilidade e de trabalhar para reduzir a pobreza entre aqueles que moram e sobrevivem do meio ambiente.
“Irei conversar com os governadores e com todas as bancadas no Congresso Nacional para que a proposta de consenso do Governo será aprovada”, afirmou.
Para o pesquisador do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Paulo Amaral, a política florestal do país concentra-se nos grandes empreendimentos madeireiros. “Para as comunidades, restam os obstáculos”, disse.
Levantamento realizado pelo Instituto de Educação do Brasil (IEB) e pelo Instituto do Meio Ambiente e do Homem da Amazônia (Imazon) revelou que entre as principais dificuldades para implementação de planos de manejo pelas comunidades estão à fragilidade nos processos de licenciamento do manejo florestal, a indefinição fundiária e a falta de assessoria técnica qualificada e adaptada à atividade.
Na opinião do senador João Pedro (PT-AM), é preciso elaborar uma política de Estado em matéria ambiental na qual predomine a visão científica e não a política.
Ele disse que o código em vigor elaborado na década de 30, apresenta restrições quanto ao desmatamento que foram importantes.
“É necessário estabelecer princípios para que haja produção agropecuária com preservação ambiental”, disse o senador.
O projeto de autoria do deputado Aldo Rebelo (PC do B), com o apoio da bancada ruralista, foi aprovado na Comissão de Agricultura e Meio Ambiente. E agora deverá ir à votação no plenário da Câmara.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Brasileiros desenvolvem bioplástico a partir de um método inédito com frutas

Pesquisadores brasileiros desenvolveram plástico a partir da extração de nanocelulose obtida de frutas como a banana/Foto:Fernando Stankuns

Pesquisadores brasileiros da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveram um novo plástico a partir da extração da nanocelulose obtida de frutas e vegetais como a banana, o abacaxi e a casaca de coco.
Esta inovação pode ser mais resistente, leve e limpa do que os materiais produzidos hoje no mercado e, segundo o engenheiro agrônomo Alcides Leão, o plástico retirado destas nanofibras pode ter muitas utilidades, inclusive na substituição dos materiais convencionais.
Processo de obtenção
As nanoceluloses obtidas dos vegetais e frutas são fibras muito menores do que a celulose, extraída principalmente da madeira. Ela já foi extraída anteriormente por outros processos, inclusive através do lodo de empresas de celulose e papel. 
No processo dos pesquisadores da Unesp, folhas e caules de abacaxi e demais plantas vão para um equipamento que se parece com uma panela de pressão. Nela acontece o “cozimento” em vários ciclos e o produto final retirado é um material fino, parecido com o talco. As nanofibras são tão pequenas que apenas 50 mil delas poderia cobrir o diâmetro de um fio de cabelo humano.
Benefícios sustentáveis
Os resultados da pesquisa dos cientistas paulistas, apresentados na 241ª Reunião Nacional da American Society, na Califórnia, mostraram as vantagens que o bioplástico poderá trazer para a população mundial.
Na indústria automobilística, o aumento de segurança e a diminuição do peso do veículo serão os principais benefícios do novo plástico. O acréscimo na proteção se dará porque os plásticos com as nanofibras de frutas incorporadas têm maior resistência a danos motivados pelo calor e por derramamento de líquidos como a gasolina, de acordo com Alcides Leão.
Além disso, as reduções no peso provocadas pelos bioplásticos vão influir diretamente na economia de combustível dos carros.
Leão frisou também as melhorias no quesito sustentabilidade do material. "Esse processo é de baixo impacto ambiental. Mas o mais importante é que fazemos isso a partir de resíduos antes dispostos no ambiente, seja em aterros ou seja em processos de queima ou compostagem", declarou o pesquisador, apontando que a fonte para o plástico é totalmente renovável e abundante, já que para cada 1 kg de nanocelulose poderão ser produzidos 100 kg de plástico.
Testes na área de veterinária e de biomedicina também estão sendo produzidos. A razão principal disto é que o material poderá reforçar alguns instrumentos como os curativos, próteses, implantes, pinos dentários e meniscos.
"Também pode ser utilizado pela indústria aeronáutica e na reposição de plásticos em geral", acrescentou o cientista, que revelou que os custos para a fabricação do material ainda estão incertos.
As informações são do Terra.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Kátia Abreu diz que novo Código Florestal não incentivará desmatamento

A presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (DEM-GO) afirmou há pouco, durante passeata de agricultores em Brasília, que o novo Código Florestal Brasileiro não incentivará o desmatamento. Ela defendeu a aprovação do substituto do deputado Aldo Rebelo (PcdoB-SP) como forma de legalizar a produção de alimento no país. “Os mais de 24 mil agricultores vieram aqui para demonstrar o desespero de acada um. Deles, 99% estão com sua produção de alimento na ilegalidade.”
“Não estamos pedindo nada a ninguém. As área de produção no Brasil já são suficientes para aumentar a produção de alimentos em três vezes, e a pecuária, em quatro vezes. Queremos apenas legalizar o patrimônio que não é apenas do produtor, mas do Brasil.”
Ela afirmou que o novo Código Florestal Brasileiro deve ser votado ainda este mês na Câmara. De acordo com a senadora, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), havia assumido o compromisso com a bancada ruralista de colocar o substitutivo de Aldo Rebelo em votação no mês passado, mas, devido à pauta da Casa estar trancada por medidas provisórias, isso ocorrerá este mês.
Caravanas de todo o país desembarcam nesta terça-feira (5) em Brasília para participar de mobilização pela aprovação do novo Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional.
Promovido pela Frente Parlamentar da Agropecuária e pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, o movimento reúne diversos produtores. O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Marcio Lopes de Freitas, defende a necessidade urgente de votação do projeto. No dia 11 de junho de 2011 termina o prazo estabelecido para que os proprietários rurais averbem suas reservas legais.
O novo Código Florestal será discutido em audiência pública, marcada para as 14h, na Comissão de Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional. Foram convidados, entre outros, o relator do projeto, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). 

Fonte: Agência Brasil