quinta-feira, 28 de abril de 2011

Repovoamento de caranguejos em manguezal baiano causa equilíbrio ambiental


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Uma vez adultos, os custáceos se tornarão reprodutores, contribuindo para o equilíbrio ambiental/Foto: Arqueos

Um manguezal em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, foi repovoado com 1,5 milhão de caranguejos na quarta-feira, 27 de abril. Com apenas 0,5 centímetro de comprimento, os crustáceos são, nessa fase, chamados "megalopas". Os filhotes foram cultivados na Fazenda Oruabo, da Bahia Pesca, empresa estatal vinculada à Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) do estado.
A responsável pelo Laboratório de Reprodução de Caranguejo da Bahia Pesca, a tecnóloga em aquicultura Eliane Hollunder, explicou à Agecom que, adultos, os animais se tornarão reprodutores, "mantendo o ciclo e, consequentemente, o equilíbrio ambiental". A especialista esclareceu que, entre as fêmeas capturadas para reprodução em cativeiro, são escolhidas as que toleram melhor o manejo.
O presidente da estatal baiana, Isaac Albagli, acompanhou a soltura dos filhotes de caranguejo. Ele explicou que as comunidades que vivem perto dos manguezais precisam ser informadas sobre a importância da preservação ambiental para que o repovoamento dê certo. “A gente faz palestra e distribui materiais impressos em escolas e outras entidades explicando várias questões, como, por exemplo, o tamanho mínimo permitido para a captura do caranguejo, que é 5 centímetros. Até atingir este tamanho, o crustáceo leva cinco anos”.
O principal objetivo do repovoamento é a defesa do meio ambiente. “Eles crescem, se tornam reprodutores, mantendo o ciclo e consequentemente o equilíbrio ambiental”, destacou Albagli, ao lembrar que em 1997 a Doença Letárgica do Caranguejo (DLC) matou milhões destes crustáceos em vários estados do Brasil. “Porém, quem mais dizima é o ser humano, que captura sem os critérios determinados pelos órgãos ambientais, desmata e polui os manguezais”, observou o gerente da Fazenda Oruabo, Jerônimo Souza Filho.
O primeiro repovoamento promovido pela Bahia Pesca foi em 2007, no manguezal de Acupe. Os resultados já são visíveis atualmente como relata a marisqueira (catadora de caranguejo) Vera Lúcia Bispo, 30 anos. “Cato caranguejo desde criança. Antes existiam muitos, depois desapareceram. Agora, depois do repovoamento, estão voltando”. Ela comentou ainda que os catadores estão se conscientizando com relação à preservação ambiental.

Fonte: EcoDesenvolvimento.org

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